14 ABRIL 2025

PASTORAL DA ECOLOGIA INTEGRAL | DICOESE DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS/PR

TEXTO: CLAUDIO BILYK

FOTOS: SEMINARISTA LUCAS DIAS SANDESKI


Nos dias 05 e 06 de abril, foi realizado em Guarapuava/PR, no Centro de Formação São Juan Diego, o II Encontro Regional da Pastoral da Ecologia Integral, promovido pelo Regional Sul 2 da CNBB. O evento contou com a presença de Dom Donizeti de Souza, bispo referencial da Pastoral da Ecologia Integral no Regional Sul 2 da CNBB. O padre referencial da pastoral, Vagner José Raitz e o secretário executivo padre Valdecir Badzinski. A facilitação e mediação foi do professor, pós-doutor Telmo Pedro Vieira, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A diocese de São José dos Pinhais se fez presente com um grupo de representantes compostos por: Claudio Bilyk, Fátima natalina Bof, Inês Fátima Polidoro, Seminarista Lucas Dias Sandeski, Raquel Saidock e Willian da Rocha Leal. Representando quase todas as dioceses do Paraná. estiveram lá reunidas as lideranças, os agentes de pastoral e religiosos engajados no cuidado com a Casa Comum. E a frase que bem resume o encontro é: “Põe a semente na terra, não será em vão”. Nada do que fazemos é em vão. Toda simples ou grande ação local reflete no global quando falamos no cuidado com a Casa Comum. É o agir localmente, mas pensando globalmente. Como peregrinos, devemos semear em abundância as sementes da esperança.

Entre os temas centrais do encontro, em três momentos, o Pentecostes da Esperança, o Semear da Ecologia Integral, e as Igrejas Rumo a COP-30. Estiveram em destaque a dimensão espiritual da conversão ecológica, como parte de uma mudança profunda no modo de viver. A Campanha da Fraternidade 2025, o conceito de Ecologia Integral, inspirado na encíclica “Laudato Si”, e a preparação para a Pré-COP 30, conferência climática prevista para acontecer brevemente no Brasil. “É importante pensarmos em Jesus Cristo, porque é Ele quem nos chama a essa mudança no modo de pensar, sentir e agir. Quando falamos em conversão integral, tocamos aquilo que há de mais profundo no ser humano: é sair do egoísmo para pensar mais no outro”, afirmou o bispo Dom Donizeti de Souza. Enfatizando que “até mesmo a separação do lixo, por exemplo, é uma atitude concreta de amor ao próximo. A conversão ecológica passa também por uma conversão cultural, política e econômica, porque tudo está interligado”. “A Terra está gritando, está pedindo socorro. Vivemos um momento crítico. Ou damos uma resposta, ou corremos o risco de não termos um amanhã como gostaríamos.”

O professor Telmo Vieira, facilitador do encontro, reforçou nas palestras o papel profético da Igreja ao abordar o histórico das questões ambientais. “A Igreja escolhe a Quaresma para a Campanha da Fraternidade porque é um tempo de reflexão mais profundo. As pessoas estão mais suscetíveis a olhar para a realidade social e ambiental”, explicou ainda que “o problema não é falta de consciência. A maioria das pessoas percebe o que está acontecendo. O que existe é muita desinformação, negacionismo e, muitas vezes, resistência em falar sobre o tema”. Ele ainda criticou o modelo econômico atual, consumista, e a exploração ambiental descontrolada. A ganância está levando à destruição”. Ao concluir sua fala já ao final do evento, reforçou a centralidade da fé cristã no cuidado com a criação. “Estamos defendendo a obra de Deus. Ele criou tudo com sabedoria. Criou o ser humano por último, para que ele entendesse que depende da criação. A natureza vive sem o homem, mas o homem não vive sem a natureza.

Durante o encontro o Secretário Executivo da CNBB Regional Sul 2, padre Valdecir Badzinski, explicou que se faz necessário acontecer nas dioceses momentos de reflexão em preparação a COP 30. Como uma série de Pré-COPs em diferentes macrorregiões do país. Na região Sul, que são três regionais, será de 18 a 20 de julho de 2025, em Governador Celso Ramos/SC. “Nesse encontro diocesano vamos dialogar sobre toda essa realidade, refletindo sobre a realidade na qual nós vivemos.”.

Podemos concluir que o II encontro da PEI contribuiu para reafirmamos nossa concepção a natureza como espelho de deus. Coletivamente o encontro mostrou uma posição das dioceses do Paraná bem conectadas com a orientação do Papa Francisco, sem negar muitas omissões de padres e leigos católicos sobre essa orientação de conversão ecológica. Importa dialogar sobre ela, o que exige além de conhecimento, muita coragem para a socialização das experiências que estão sendo construídas localmente em cada diocese. E que venham novos projetos.