10 MARÇO 2025
PE. DEOLINO PEDRO BALDISSERA, SDS
Um grande desafio hoje é conviver em comunhão com as pessoas, mesmo com aquelas que amamos e moram conosco. A vida de atropelos e compromissos de cada um, não dá moleza, nem permite muitas vezes, um tchau mais demorado, muito menos um papo descompromissado.
Todos têm necessidade de correr. Correr para não perder a hora, para não perder a condução, para não chegar atrasado, para não ouvir reclamações. A vida se torna uma corrida com horas certas, mas, sem porto seguro! Cada um corre na direção que o dever chama. Corre animado ou desanimado, mas corre! A vida contemporânea é assim! Salve-se quem puder!
Diante disso onde fica o eu em comunhão? Perdido na solidão! É preciso resgatá-lo! O Eu em comunhão, é uma necessidade que cada um sente de relacionar-se como pessoa com os demais, sem ser número de crachá, sem ser chefe ou empregado, sem ser doutor ou ignorante, sem ser cobrado, sem preocupação com nome no SPC, sem hora marcada. Apenas gente! Pessoa!
O eu em comunhão é um espaço do coração humano que só se viabiliza e realiza nos encontros onde se é pessoa. Alguém com voz, com sentimentos, com pensamentos, com vontades, com desejos próprios, que podem ser compartilhados livremente. Um sujeito que encontra noutro sujeito semelhante, mas não igual, um companheiro como presença. O eu em comunhão é uma busca humana de si mesmo no encontro, na união com outro(s) e o “Outro”. É o compartilhar da vida naquilo que ela tem demais ela mesma, vivida, sentida.
Diante disso, de vez enquanto é necessário parar! Stop! E verificar a quantas anda seu eu em comunhão. Perguntar-se pelo sentido da vida, pelo sentido daquilo que se está fazendo, para onde está indo? Vale a pena? Qualquer constatação que se faça, mesmo que pareça desanimadora, ela não é sinal de fracasso final, pois a vida ainda continua palpitando em você. Sempre há alguma reserva de vitalidade para superar o stress, para resgatar aquilo que ficou para trás que devia ter vindo junto.
Há alguém que o espera que o ame. Está faltando oportunidade para encontrar-se, comunicar-se, revelar-se. O stop é para isso. Tomar fôlego, olhar o horizonte e encontrar novos motivos para viver e amar.
Enquanto é tempo, dê um tempo para si, corra, a vida exige, mas não se canse demais; lute, é preciso, mas não se mate; se cansar um pouco, não desanime; se tiver algum fracasso, não se frustre demais; se ganhar, não gaste tudo de uma vez; se o futuro o angustia, reveja seus sonhos; se não deram certos seus planos, tenha fé, você pode realizá-los de outra maneira; se a morte parece ameaçá-lo, não tenha medo, há um Outro eu para fazer comunhão com você!
Enquanto você é um eu em comunhão e assim permanecer, a vida vai puxando você para frente, porque há gente esperando por você. O eu em comunhão quer isso. Viver! Então, viva seu eu em comunhão!