22 JUNHO 2022 - Por ocasião da abertura do X Encontro Mundial das Famílias, os bispos foram motivados a escreverem uma carta às famílias, a ser entregue no dia 22 de junho, quando as paróquias realizaram a abertura paroquial do X Encontro Mundial das Famílias.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dom Celso escreveu a carta que foi impressa e distribuída para todas as paróquias. Segue o texto da carta.

 

 

 

 

Queridas famílias

É com imensa alegria, que convido vocês a uma breve reflexão sobre o X Encontro Mundial das Famílias, uma grande oportunidade para pensarmos juntos a respeito do tema proposto para este ano: “Amor em família: vocação e caminho de santidade”.

Impulsionados pelo Papa Francisco queremos, como Igreja, estar cada vez mais próximos de vocês, acompanhando-os em suas alegrias, tristezas e dificuldades. Temos uma aspiração de nos tornarmos uma “família de famílias”, pois há um vínculo entre cada família e a comunidade cristã, um vínculo natural. A Igreja é uma família espiritual e a família é uma pequena Igreja.

No Plano de Deus Criador, a família descobre a sua identidade e a sua missão de cuidar, revelar e comunicar o amor de Deus. Desta forma, as bases da família são Deus e o amor. É pela graça de Deus, que somos capazes de servir de acordo com a missão que nos é confiada, segundo nossa vocação.
Na realidade cotidiana cada um é chamado a santificar-se e santificar a comunidade eclesial e o mundo.

Para que a família possa caminhar bem é preciso que seja alimentada pela Palavra de Deus. Desta forma, convido-os a acolher, viver, celebrar e anunciar a Palavra de Deus, sendo assim um santuário no qual se edifica a santidade. E a partir da família, a Igreja e o mundo podem ser santificados.

A família vive sua vocação acolhendo e anunciando a Palavra de Deus em três aspectos. Em primeiro lugar, a família é comunidade que se deixa evangelizar e é evangelizadora. A partir do batismo, cada pessoa se torna missionária e com a graça sacramental do matrimônio, recebe uma nova forma para transmitir a fé e transformar a sociedade, conforme o Plano de Deus.

Em segundo lugar, este ministério, próprio da vida familiar, tem como função acompanhar a vida dos filhos, desde a infância à maioridade. Finalmente, pelo testemunho a família cultiva a dimensão missionária, sendo para outras famílias uma ajuda no caminho da fé.

Lembro o quanto é importante na vida das nossas famílias aprender a não ter medo das fragilidades e das preocupações. Não porque temos o poder de resolver tudo sozinhos, mas sim, porque sabemos confiar em Deus, que está sempre ao nosso lado. Porque sabemos pedir ajuda e nos deixamos ajudar. Só aqueles que se deixam ser ajudados pelo outro são capazes verdadeiramente do cuidado com autêntica ternura.

O cultivo do amor em família precisa do cuidado para não se perder ou se deformar. Há necessidade de pequenos gestos a cada dia, os quais dão à vida sabor de casa e a deixam mais leve. Gestos que na simplicidade tornam visível a atenção, a ternura para com o outro. A semelhança de Cristo, que se colocou a serviço da humanidade, convido vocês a viverem seu serviço de amor a Deus, conduzindo os irmãos a Cristo e dilatando as fronteiras do amor.

Recordando as palavras do Papa Francisco, uma sociedade cresce boa, bela e sã se for edificada sobre a base de uma família. É o cuidado do outro que pode gerar um novo estilo de vida comunitária fazendo, assim, crescer uma sociedade plenamente humana.

Rezemos para que nossas famílias sejam lugar no qual deverá prevalecer o diálogo, a participação, a oração e o amor. Sagrada Família de Nazaré defendei, protegei e abençoai as nossas famílias.

 

Dom Celso Antônio Marchiori
Bispo Diocesano de São José dos Pinhais