09 SET 2021 - O Bispo Dom Celso Antônio Marchiori transmite a todos os diocesanos a mensagem para este mês de setembro dedicado à Bíblia. Confira a mensagem e o roteiro da missa votiva a São José.

 

Todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28)

Neste ano de 2021, a Igreja do Brasil celebra os 50 anos da instituição do mês de setembro como o mês dedicado à Bíblia.Isso não significa que os demais meses não sejam também “bíblicos”, mas porque em setembro nos dedicamos mais intensamente ao contato com a Escritura e a atividades que promovem a experiência do diálogo de amor que a Bíblia nos possibilita: amor de Deus que vem ao nosso encontro.

A CNBB nos propõem a Carta de São Paulo Apóstolos aos Gálatas como o Livro da Bíblia para nosso estudo e oração. Esta Carta tem por tema central a prioridade da salvação em Cristo sobre a Lei de Moisés; ou seja: pela sua morte e ressurreição, Cristo nos alcançou a salvação; não há mais a necessidade de cumprir toda a Lei para “agradar” a Deus, porque a salvação já nos foi conquistada, bastando-nos acolhê-la pela fé e por uma vida configurada a Jesus. Diz São Paulo aos Gálatas: “Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3,28). O que a unidade da salvação significa hoje para nós, comunidade-Igreja?

Desejo responder a essa pergunta valendo-me de alguns elementos expostos pelo Papa Francisco na Carta Apostólica Patris Corde, publicada por ocasião do 150º aniversário da declaração de São José como padroeiro da Igreja. Nela visualizamos claramente a relação entre a Palavra e São José na perspectiva da unidade da comunidade dos discípulos de Jesus.

José era homem do movimento. Era trabalhador (cf. Mt 13,55) e “justo” (Mt 1,19). Interpelado por Deus em virtude da concepção de seu Filho no seio de Maria, reconheceu em seus quatro sonhos o chamado do Senhor para assumir Maria por esposa e tutelar a educação de Jesus (cf. Mt 1,20; 2,13.19.22). Com Maria, viajou de Nazaré a Belém e ali teve de encontrar um ambiente para Jesus nascer, “por não haver lugar para eles” (Lc 2,7) nas hospedarias. Rumou ao Egito para fugir da perseguição de Herodes ao Menino (cf. Mt 2,13-19) e ainda retornaram a Nazaré para ali estabelecerem o lar da Sagrada Família (cf. Mt 2,20-23). Acolher a salvação exige movimento, sair do próprio lugar, assim como o Filho não se apegou a ser igual a Deus e assumiu a natureza humana para nos salvar (cf. Fp 2,6). Do mesmo modo a unidade da comunidade não significa estabilidade, acomodação ou ausência de problemas. Esta unidade de que Paulo fala aos Gálatas é feita da diversidade dos carismas, ministérios e serviços de uma comunidade, de um movimento que aponta sempre para a comunhão.

José era homem da simplicidade. De José aprendemos que a esperança está em fazer o bem hoje e não amanhã. A sucessão de “hojes” bem vividos resultará em muitos “amanhãs” segundo o Evangelho, segundo o Reino de Deus. A Bíblia somente se torna fonte para a vida da comunidade quando não é entendida como um “código de leis e normas”, mas quando é lida, compreendida, acolhida, rezada, vivida, partilhada, testemunhada. Isso não é fácil e nem difícil, mas é simples: escutar e praticar. A unidade dos que creem em Cristo reside aí: na fé comum que nos foi revelada em plenitude pelo Senhor e no testemunho de uma vida segundo o Evangelho. Simples.

Por fim, José era um homem da superação. A incerteza e a angústia de São José diante da maternidade divina de Maria – que quase o levaram a abandoná-la secretamente (cf. Mt 1,19) – foram a “matéria-prima” de sua coragem e fidelidade. Sim! De José aprendemos que as nossas fraquezas, infidelidades, limites e defeitos são o “trampolim” para o cumprimento de nosso propósito e para irradiarmos o Evangelho a todos. Neste tempo duro de crise sanitária, no qual podemos nos sentir impotentes diante de uma situação que aparenta ser muito maior do que cada um de nós, a esperança se traduz em atitude de escuta de Deus, de contato com nossas fragilidades e de superação do egoísmo, para que ao fim deste cenário não adentremos um outro ainda pior, possivelmente ainda mais grave: o das nossas próprias prisões e das prisões às quais submetemos os outros, a indiferença, a ausência de solidariedade.

Concluo reafirmando a importância de sermos homens e mulheres da Palavra e não somente da Bíblia como um conjunto de livros com conteúdos normativos. Isso ela não o é, pois ali está registrada a história do Deus que se movimentou, revelou-se simples e superou-se para estar conosco em Cristo Jesus! Sejam estas as nossas atitudes segundo a motivação do mês da Bíblia. Se ouvirmos e praticarmos a Palavra a unidade será acolhida e testemunhada!

São José vos proteja e Deus vos abençoe imensamente!


Dom Celso Antônio Marchiori
Bispo Diocesano


MISSA VOTIVA A SÃO JOSÉ - 20 de setembro
Intenção do mês de setembro: Bíblia – Fonte para a comunidade.


Motivação Inicial (comentarista): Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo / Para sempre seja louvado! Bem vindos irmãos e irmãs para esta celebração eucarística onde nos reunimos para entrarmos em comunhão com o nosso Deus. Neste ano Josefino, jubilosos agradecemos pelos 150 anos da declaração de São José como Patrono de toda a Igreja. O Papa Francisco nos explica que São José não poderia deixar de “ser o guardião da Igreja, porque a Igreja é o prolongamento do corpo de Cristo e José, continuando a proteger a Igreja, continua a proteger o Menino e sua Mãe”. Vivenciando o mês de setembro, dedicado a Sagrada Escritura, contemplamos em São José o homem atento, obediente e zeloso com a PALAVRA, que é Cristo. São João diz que a PALAVRA se fez carne e habitou entre nós. São José protegeu a PALAVRA que habitou no ventre de Maria, São José acolheu a PALAVRA que caminhou em sua marcenaria, São José caminhou com a PALAVRA nas ruas do Egito e Nazaré, sendo assim São José se torna para nós um exemplo de cooperador na propagação da palavra de Deus, como nos diz o Papa Francisco em Patris Corde: “São José coopera no mistério da salvação porque serviu diretamente a pessoa e a missão de Jesus Cristo”. Possamos nesta Santa celebração pedir a Deus que nos conceda as virtudes do pai adotivo de Jesus na missão de evangelizar. Nesta intenção iniciemos nossa celebração cantando.

Oração do dia (Missa Votiva à São José pág. 955 do Missal Romano)

Liturgia da Palavra (proclamam-se as leituras da 2ª feira da 25ª semana do Tempo Comum – Esd 1,1-6; Sl –
125(126); Lc 8, 16-18)
Não se diz o creio

Preces da Comunidade
Leitor: Por intercessão de São José vos pedimos pelo Santo Padre, o Papa Francisco, pelo nosso Bispo Dom Celso, pelos presbíteros, religiosas, seminaristas e vocacionados, para que a exemplo de São José, zeloso e cooperador da PALAVRA, continuem a espalhar a partir da Sagrada Escritura experiência do amor de Deus. Rezemos:
Todos: Lembrai-vos Senhor.
Leitor: Por intercessão de São José vos pedimos por todos os agentes de Pastoral de nossa Igreja Particular, para que experimentando o amor de Deus na Palavra o anunciem com convicção e alegria. Rezemos:
Todos: Lembrai-vos Senhor.
Leitor: Por intercessão de São José vos pedimos por todos os doentes, pelos profissionais de saúde, pelos marginalizados, pelos esquecidos, pelos desempregados, para que as graças de Cristo Palavra celebrada nesta noite, como ondas de amor e raios de misericórdia, emanadas deste altar, sejam luz, paz, alento e sustento às suas necessidades. Rezemos:
Todos: Lembrai-vos Senhor.
Leitor: Rezemos juntos a oração a São José escrita pelo Papa Francisco:

SALVE, GUARDIÃO DO REDENTOR E ESPOSO DA VIRGEM MARIA! A VÓS, DEUS CONFIOU O SEU FILHO; EM VÓS, MARIA DEPOSITOU A SUA CONFIANÇA; CONVOSCO, CRISTO TORNOU-SE HOMEM. Ó BEM-AVENTURADO JOSÉ, MOSTRAI-VOS PAI TAMBÉM PARA NÓS E GUIAI-NOS NO CAMINHO DA VIDA. ALCANÇAI-NOS GRAÇA, MISERICÓRDIA E CORAGEM, E DEFENDEI-NOS DE TODO O MAL. AMÉM.
(conclusão do presidente)

Sobre as oferendas (cfm a Missa Votiva à São José pág. 956 do Missal Romano)

Prefácio (cf a Missa Votiva à São José pág. 448 do Missal Romano)

Oração depois da comunhão (cf a Missa Votiva à São José pág. 956 do Missal Romano)