09 ABRIL 2021 - A Diocese de São José dos Pinhais é uma das duas dioceses do Paraná que tem por padroeiro São José. Localizada na região metropolitana de Curitiba (PR), ela é a mais jovem diocese do Paraná, criada há quase 15 anos. 

 

Conversamos com Dom Celso Antônio Marchiori, bispo diocesano, sobre a história da escolha do padroeiro, a devoção entre os diocesanos e o significado e a importância de ter um “Ano” dedicado a São José na Igreja. Para Dom Celso, este é um acontecimento que não deve ser encarado como um evento, que tem data para começar e terminar, mas sim como algo que terá continuidade nas dinâmicas pastorais e trará o resgate da espiritualidade Josefina. 

 

Dom Celso, como foi a escolha do padroeiro da Diocese de São José dos Pinhais. A escolha tem relação com o nome da cidade?  

A Diocese de São José dos Pinhais foi criada em 06 de dezembro de 2006 e instalada no dia 19 de março de 2007, tendo como primeiro bispo Dom Ladislau Biernaski. Na época, na cidade de São José dos Pinhais, a Paróquia central era a Paróquia São José, que passou a ser a Catedral São José, assim, automaticamente São José se tornou o padroeiro da diocese. 

Como o senhor percebe que a devoção a São José é acolhida e vivida pelos seus diocesanosSão José é popular e faz parte da vida de fé do povo? 

Percebo nas conversas e nas visitas pastorais muitos testemunhos de pessoas que alcançam graças pela intercessão de São José. Também pude partilhar com diversas famílias as experiências de oração a São José. Na cidade de São José dos Pinhais, na Catedral, acontecem, às quartas-feiras, novenas ao longo do dia, sempre com número expressivo de fiéis. Agora, devido à pandemia, não está acontecendo toda a programação. 

Para o senhor, que é bispo de uma diocese que tem por padroeiro São José, como foi receber a notícia de que Papa havia proclamado, para toda a Igreja, o “Ano de São José 

Foi uma grande alegria e motivo de esperança. Alegria, pois, pessoalmente, tenho um grande amor a São José. Como padre, por muitos anos, fui reitor do Seminário Menor São José, da Arquidiocese de Curitiba (PR). Esperança, pois sempre motivei o trabalho da mística Josefina e incentivei esta espiritualidade, especialmente, na diocese de Apucarana (PR), onde fui bispo anteriormente. E agora, aqui na Diocese de São José dos Pinhais, uma das nossas ações, que foi escolhida em Assembleia Diocesana, em novembro de 2019, foi intensificar a espiritualidade Josefina, porém, com a pandemia muitas atividades estão começando ainda. Então, ter um ano dedicado a São José nos motiva ainda mais a perceber neste homem, justo e obediente a Deus, muitos sinais que nos ajudam a manter nossa mística cristã. 

Quais frutos esse “Ano de São José pode trazer para a Igreja e, particularmente, para a sua diocese?  

Com certeza, a necessidade de conhecer a pessoa de São José e o que ele nos inspira em gestos e atitudes. Também penso que despertará nas comunidades o sentido de paternidade, ser presença junto aos que mais precisam.  São José soube transformar um problema numa oportunidade. Encontrou um estábulo e preparou o lugar para Maria dar à luz a Jesus. José fugiu para Egito, cuidando e protegendo Maria e Jesus. Para as famílias, creio que será uma oportunidade para perceber em São José as atitudes que devemos imitar. José foi capaz de acolher, ajudar, escutar, defender, apoiar, proteger, tomar conta de Maria e de Jesus. São atitudes que devem ser imitadas. Ser um “José” na família: eis aí uma bonita missão. 

Quais iniciativas estão programadas na sua diocese para o “Ano de São José”? 

Inicialmente tínhamos planejado uma peregrinação com a Imagem de São José pelas paroquias da diocese. Iniciando no dia 19 de março e concluindo no dia 06 de dezembro, que é o dia da criação da diocese (quando completará 15 anos), porém, ainda não foi possível começar. Além disso, estamos organizando um projeto em três dimensões: formativa, espiritual e social.  

Na dimensão formativa, teremos formações para as lideranças das pastorais e movimentos sobre a Carta Apostólica “Patris Corde” e suas implicações nas ações pastorais. 

Na dimensão espiritual, vamos propagar o terço de São José. Realizar, todo dia 19 de cada mês, um momento de espiritualidade e recitação do terço em um lugar específico da diocese (paroquia, obra social, casa religiosa), com transmissão pelas redes sociais. Também faremos a divulgação de como os fiéis podem alcançar a indulgência plenária que será concedida no Ano de São José. 

Na dimensão social, projetamos, em cada mês, desenvolver ações nas paróquias, em vista da melhoria da qualidade de vida das pessoas, relacionando com o estilo de vida de São José. Por exemplo: São foi aquele que acolheu Maria, então, em determinado mês, teremos ações que despertem para a acolhida das pessoas em nossas comunidades, integrando suas necessidades. São José é a pessoa do cuidado, assim, em um mês, faremos ações de cuidado com o próximo e com a Casa Comum. 

Também vamos estar em sintonia com o Regional Sul 2 da CNBB e vamos divulgar, amplamente, os retiros online e as demais iniciativas. 

 O que o senhor gostaria de acrescentar sobre o padroeiro da sua diocese e este ano especial dedicado a ele? 

São José nos mostra que devemos investir nas nossas famílias. Em nossa diocese, muita coisa está acontecendo em família, como a catequese, os encontros celebrativos do batismo e os grupos de reflexão. 

São José dedicou a vida à família, trabalhou como carpinteiro para sustentar a casa, protegeu sua família nas dificuldades e nos momentos de perigo. José foi guardião de Jesus, sempre esteve muito presente na vida dele, ensinou-lhe o caminho da verdade, do amor e do conhecimento. Pelos relatos dos evangelistas, vemos que José entrou na história mudo e saiu calado, mas durante sua vida orientou Jesus e o preparou para a sua missão. Em outras palavras, podemos dizer: “foi servo que fez muito sem dizer nada”. 

São José é, para nós, um mestre da oração e da contemplação, da obediência e da fé. Com ele, podemos aprender a amar a Deus e ao próximo, especialmente, aqueles que necessitam de mais ajuda. É relevante também que não consideremos este “Ano de São José” como um evento, mas sim como um grande acontecimento, que vai continuar em nossas dinâmicas pastorais e vai trazer um resgate da espiritualidade Josefina. 

(Karina de Carvalho – Assessora de comunicação da CNBB Sul 2) -  cnbbs2.org.br